Olá pessoal!

Estou bem séria estes dias, e com o espírito bastante concentrado, portanto, não estranhem a ausência de brincadeirinhas.
Meus delírios, por ora, estão em outro cenário....

Fiquei aliviada quando o Moretto escreveu desabafando o espanto com o rumo violento e bárbaro - no sentido de barbárie mesmo - do despreparo humano....
Afinal, viver neste mundo sem se abalar um mínimo com ele, ou é doença, ou é doença!!!!
Estou abalada sim, e sem a menor vontade de fazer graça disso.
Pelo contrário.

Quero pontuar o comentário do Manoel, dizendo que acredito que toda manifestação exterior à nós - seja generosidade, amor, violência, hostilidade, seja lá qual for a forma de expressão que uma emoção assuma, o gesto só é possível porque está ancorado numa força interna correspondente.

Na prática: a violência é uma reação que começa dentro da gente, num tamanho minúsculo, imperceptível... Às vezes podemos nos dar conta de que algo nos acontece de estranho, mas chega aquela voz que não quer maiores complicações, e sopra nos nossos ouvidos: "que bobagem a sua! Não está vendo que isso não é nada????? está triste?? Isso é coisa de boiola criatura, bola prá frente!!!!! Vai ganhar a vida e esquece isso!!!!"

Tem coisa mais violenta do que essa?

E o movimento continua, vai tomando cada vez mais espaço, nos cegando e amedrontando.
Dá metástase. Uma "bola de neve" em plena queda livre, e vai arrecadando todas as migalhas de justificativas que encontra pelo caminho.

Nesta descrição, você pode substituir o substantivo "violência" por "generosidade" ou ódio, ou qualquer outra emoção - (adequando o discurso da voz, lógico!)

Parece que é assim que as emoções funcionam e assim que ganham corpo. O nosso!
Daí a importância de desenvolvermos recursos internos para resistirmos a nós mesmos, pois isso tudo acontece dentro da gente, muito antes de acontecer fora.....
É no corpo das nossas emoções que toda esta química se processa.

E é aí que pergunto: será que vou atravessar minha vida todinha, re-agindo? é isso??
Como é, ou como seria viver minhas escolhas, ao invés de viver só minhas reações?
Será que era a isso que Jesus se referiu quando falou sobre "dar a outra face"???
Enfim..... são minhas questões.

Somos nossos piores inimigos, e se não travarmos uma séria e ininterrumpta batalha para transcendermos a superioridade e tirania das "condições", daremos espaço para o pior de nós.
Em todos nós há um "pior".

Nos cabe a responsabilidade e alento, da escolha, e esta se dá no corpo da nossa mente.
Se negligenciamos esta premissa, deixando que a cegueira do impulso emocional egóico nos guie, estaremos condenados a viver eternamente este ciclo de barbáries que conhecemos como história da nossa espécie.

Parece que é chegada a hora de transcendermos nossa "humanidade" - a que há em nós...
Ufa! Este projeto - o da humanidade - é uma ousadia de Deus, da qual fazemos parte!
Beijos a todos, com todo o meu carinho.

Comentários

  1. Minha preferida Zizi, vida louca, vida breve...(lembro de voce cantando no show Amor e Música saudade daquele tempo era feliz e não sabia...rs). Sobre a humanidade...
    prefiro não comentar(como diz Copélia).
    Fico bem quando ouço sua voz,é o meu Rivotril natural, minha fuga
    para os meus problemas,falei com a Célia da Morente Forte ela assistiu
    todos os shows , Cantos e Contos e disse que foi um ESCÂNDALO de BOM!
    eu imaginei e lamentei por não está presente).
    bj, muitos bjjjjjjjjj
    Será que voce está melhor?
    Seu Moretto

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  2. Querida Zizi, deparei com esse texto hà algum tempo, achei-o bem interessante, cheguei a buscar o "ensaio" numero I, ou melhor ainda, a quem pertencia tal texto, porém nao obtive sucesso...

    Lembrei dele ao ler seu mais recente, tao SENSATO e REFLEXIVO post, e resolvi postà-lo aqui:

    Um pequeno ensaio sobre a humanidade II

    "ENTENDEU? Eu não quero machucar você!
    Não quero que nenhum de nós mate o outro no fim...
    Mas estamos esgotando as ALTERNATIVAS...
    ...E ambos sabemos disso!
    Talvez tudo dependa desta noite. Talvez esta seja nossa última chande de PARAR.
    Se você não aproveitar, entraremos numa ROTA SUICIDA, uma rota...
    ...Que vai levar nós dois à MORTE.
    Não precisa terminar assim.
    Não sei o que tirou você dos trilhos, mas... QUEM SABE?
    Talves eu tenha estado lá TAMBÉM.
    Talvez eu possa ajudar.
    Nós podíamos TRABALHAR juntos.
    Eu poderia REABILITAR você. Não precisa ficar alienado de novo. Não precisa ficar SOZINHO
    Não precisAmos nos matar.
    O que me diz?

    Não! Desculpe, mas...
    Não. É tarde para isso, tarde demais.

    AH AH AH! Sabe... é engraçado... essa situação me lembrou uma PIADA..."

    (Batman e Coringa: A Piada Mortal - Alan Moore)

    Alan Moore nos mostra que mesmo depois de tudo, ainda há um fio de esperança...
    Batman ainda tinha esperanças de ajudar o Coringa, apesar de tudo o que ele já tinha feito, mas este, infelizmente não queria ser ajudado, preferiu continuar com a sua insanidade...

    É assim no dia-a-dia de muita gente também, se encontram milhares de obstáculos que podem (e alguns vão) lhos tirar do caminho que teriam de trilhar, MAS SEMPRE existe uma esperança.
    SEMPRE existe uma outra ALTERNATIVA.

    Pois é, Zizi, realmente uma "ousadia" a de DEUS criar tal humanidade, e é pura e dura verdade, a cada um de nòs seres (er- racionais), foi e é dada todos os dias a oportunidade de deixar "saltar" de nòs, o melhor ou o pior que hà em nossa essencia humana... SER ou nao SER?

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  3. Zizi, não quero ser baixo astral...
    mas essa tragédia que aconteceu com
    2ª João,mexeu muito comigo,a dor
    dos pais me corta o coração.Me pergunto pra onde vamos? Ainda bem
    que sua voz me consola e a sementinha do bem que existe na gente(em algumas pessoas)me faz
    ter força para o amanhã.
    Te quero bem.
    bj
    Seu Moretto

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  6. O homem e as Viagens
    Carlos Drummond de Andrade

    O homem, bicho da Terra tão pequeno chateia-se na Terra lugar de muita miséria e pouca diversão, faz um foguete, uma cápsula, um módulo toca para a Lua desce cauteloso na Lua, pisa na Lua planta bandeirola na Lua, experimenta a Lua coloniza a Lua, civiliza a Lua, humaniza a Lua.
    Lua humanizada: tão igual à Terra. O homem chateia-se na Lua. Vamos para Marte - ordena a suas máquinas. Elas obedecem, o homem desce em Marte pisa em Marte experimenta, coloniza, civiliza, humaniza Marte com engenho e arte.
    [...]
    Restam outros sistemas fora do solar a colonizar
    Ao acabarem todos só resta ao homem (estará equipado?) a dificílima dangerosíssima viagem de si a si mesmo: pôr o pé no chão do seu coração experimentar colonizar civilizar humanizar o homem descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas a perene, insuspeitada alegria de con-viver.

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  7. Moretto querido, acredito que um dos sintomas da doença da nossa sociedade, é esta pressão para que abandonemos nossos "sensores internos" para aderirmos a um "alto astral" anestesiante, emburrecedor, e conviniente.
    Aqui neste espaço, pelo menos, nosso compromisso é com o bom senso na exposição da "verdade". Só isso.
    Acho que qualquer um de nós que não se abale com tantas e frequentes atrocidades, está anestesiado - impossibilitado de pensar, sentir, querer....

    Conto um pouco do que aprendi com Confúcio: ele diz que o homem inferior cresceu e tomou o poder, porque o homem superior lhe deu as costas...
    Não sou a favor de patrocinar a impotência ou arrogância do nosso homem superior (interno)..... Já é hora dele sair do pedestal, se fazer presente, e recuperar a direção.
    Nossos homens inferiores (internos) já bagunçaram demais esta brincadeira!
    Não é baixo astral seu estar abalado.
    É estar acordado, e preferencialmente, operante!
    Bjks 1000 a todos
    ZZ

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  8. Hello, Zizianos queridos !!
    Zizi, Mãinha deste Blog Iluminado, que você esteja cada vez mais perto de se restabelecer plenamente!!
    Suas reflexões e questões, sempre tão pertinentes, abrem portas e janelas para manifestações igualmente preciosas. Por exemplo, Adelidia, visitei os sites que você recomendou e achei perfeita a colocação da professora Lúcia Maria Paleari sobre a conscência flexibilizada que vai se moldando de acordo com interesses escusos, distorcidos, que "transformaram as Universidades em mera fonte de empregos e diplomas para garantir ascensão social e celas especiais."
    Fritjof Capra em seu livro - As Conexões Ocultas - dedica um capítulo á Engenharia Genética e os transgênicos:
    "... os geneticistas não podem inserir genes estranhos diretamente em uma célula em virtude das barreiras naturais que separam as espécies e de outros mecanismos de proteção que eliminam ou tornam inativo o DNA estranho. Para contornar esses obstáculos, os cientistas inserem os genes estranhos em certos vírus ou elementos paraviróticos que são rotineiramente usados pelas bactérias em suas trocas de genes. Esses vetores de transferência de genes são usados para "contrabandear" genes estranhos para dentro de células selecionadas, onde os vetores, junto com os genes neles inseridos, introduzem-se no DNA da célula. Quando todas as etapas dessa complexíssima seqüência funcionam do modo previsto - o que quase nunca acontece - , o resultado é um novo organismo transgênico. Outra técnica de recombinação genética consiste em produzir cópias de seqüências de DNA, inserindo-as em bactérias, nas quais elas se multiplicam rapidamente.
    O uso de vetores (...) é um dos principais motivos pelos quais os processos da engenharia genética são intrinsicamente perigosos. Vetores infecciosos e agressivos podem recombinar-se com vírus já existentes e causadores de doenças, para gerar novas linhagens de vírus.
    Nas décadas de 1970 e 1980 os cientistas cuidavam para que os organismos transgênicos ficassem contidos dentro dos laboratórios.
    Infelizmente, essa atitude cuidadosa foi praticamente esquecida na década de 1990, marcada pela frenética corrida de comercialização das novas tecnologias genéticas para o uso na medicina e na agricultura."
    E por aí vai...
    Até mais ler, pessoal!!!
    Bjs, Bjks, etc...

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  9. Bom dia Zizi, bom dia zizianos!!
    Zizi, eu sempre gostei, amei e admirei a ZIZI POSSI.Aqui nesse espaço tenho conhecido um pouco da Maria Izildinha e gosto do que vejo.Gosto de você!
    Pensando um pouco sobre as questões que temos discutido aqui sempre fico com a alma inquieta diante desses temas.
    Penso que quando a humanidade foi divida em "bem" e "mal em "Deus" e "diabo" vários problemas começaram a ganhar força!Essa cisão nos fez muito mal.
    A violência que vemos e sofremos é um sintoma social grave.Estamos doentes.Não adianta a gente colocar o mau fora da gente pra que a gente se sinta bom..."Ele é o violento eu sou o santo" "ele é bom eu sou o equilibrado..."
    Somos diferentes uns dos outros porque nossos recursos internos são diferentes.
    Não tem nada que me deixa mais cabreira do que o discurso que apaga as difernças, as singularidades!
    O discurso de que TEMOS QUE BUSCAR A FELICIDADE, TEMOS QUE AFASTAR A DOR A QUALQUER PREÇO,é bem perigoso...Deixamos de ouvir nossa alma,deixamos de ouvir as preciosaidades que colhemos quando suportamos a tristeza e a angústia!
    Já viu essa nova onda da psiquiatria? Toda dor é igual...fluoxetina na cabeça!!!Não importa quais são os sons da MINHA DOR!Qual é a cara da minha tristeza? O que ela diz pra mim???A criança tá agitada??? RITALINA nela!!!!!Gente isso é um absurdo... Não sou contra medicação,só acho que tem um abuso.
    Faz parte de outro sintoma social...Fugir da dor a qualquer preço faz de nós humanos seres banais e que banalizam o póximo!Poderíamos falar disso o dia inteiro!!!
    Manoel, você é muito bonito mesmo!!!
    Paulinha hermanita!!!Está tudo bem com você???
    Queridos beijos humanos EM todos!
    Adriana, Adrianita

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  10. Valeu Zizi,agora estou me sentindo uma pessoa normnal....
    Quero ter olhos pra ver a maldade
    desaparecer..

    Seu Moretto

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  11. Boa tarde zizianos... O pacote da violência parece não parar de encher - tenho medo!!!
    Em dia de guerra existe um ritual de preparação de corpo, alma, emoções e estratégias; em dia de guerra sabemos que as batalhas podem ter resultados inesperados, nem sempre ganhamos e nem sempre perdemos, mas somos conscientes das possibilidades; em dia de guerra há de se existir algo diferente em nós específico para um dia de guerra e me pergunto: com todas guerras expressas em volências diárias como se dá nossa preparação? Será que existe algum ritual possível para o combate da vida cotidiana? Será que conseguimos ser nós mesmos ou somos o resultado das violências e das expectativas que giram em torno delas?
    Viver anda muito complicado,as guerras nos cercam e nossa civilidade parece ser somente um plano na construção da humanidade!

    Bjão a todos... se for preciso chorar eu choro!

    Marcus Kemps do Recife

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