Minha trajetória vegetariana, em 3 partes! Parte I

Prometi, e aqui está.
Escrevi em 3 partes, mas juro que não é grande!!!!!
Segue aqui a parte 1.
Bjks (começa aqui....)

MINHA ADESÃO AO VEGETARIANISMO – PARTE 1

Numa chuvosa porém bela tarde, há 27 anos atrás, eu namorava o pai da minha filha, e estávamos em Boa Esperança - RJ, numa estradinha estreita, linda e bucólica, que ladeava o que se pode chamar de “adolescência” de um rio.
Vínhamos descendo devagar porque era iminente uma derrapada no chão pedregoso e molhado. De repente, vejo uma vaca no meio da estrada, literalmente fechando-a, porque a largura da estrada era pouquíssimo maior que o comprimento da vaca.

Entrei em pânico.
O Líber não acreditou e teve uma crise de riso, me perguntando se eu nunca havia visto uma vaca.....e sabe do que mais? Ele estava certo: eu nunca havia visto uma vaca de perto, antes desta tarde.

Um pouco com pena de mim, ele falou que eu não precisava me preocupar porque o bicho não oferecia qualquer perigo. Ao contrario, era doce, eu veria quando chegássemos mais perto – ela certamente abriria o nosso caminho.
Fiquei mais segura, mas mesmo assim prendi a respiração, e seguimos vagarosamente.
Ao passar pela vaca, eu a olhei, e ela à mim...
Nunca senti nada igual.
Naquele instante percebi uma doçura no olhar dela, e uma profundidade....fiquei muito perturbada com a surpresa dessa estranha forma de compreensão.....

Mais uma vez o Líber me tirou do “choque” que percebeu pelo meu rosto, e como que para me “apresentar” melhor aquele universo de relação homem/animal, foi me contando docemente, que os bois são muito sensíveis.
Contou que no seu primeiro casamento, viajou na lua-de-mel para o sul, e como “presente” um fazendeiro ofereceu um churrasco, mandando que um boi fosse separado para ser abatido no dia seguinte.
Ele disse que ouviu o animal chorando a noite toda, porque sabia que seria morto. Contou mais um tanto de atrocidades que parecem normais para os matadores de animais, mas que não ouso reproduzir aqui, porque para mim são nada “normais” e agridem só de citar.

Foi terrível como tudo quilo caiu sobre mim – ouvi como se fosse eu o animal a ser submetido a esse tratamento.... pensei no que ele falou sobre a carne que tremulava.... me senti uma troglodita, antropófaga e burra, porque alem do mais, ingeria adrenalina, medo, trauma.....e me transformava em usuária de assassinato.
Desse dia em diante, nunca mais consegui comer carne vermelha.

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